quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Saúde Pública em Belém - Um reflexo da Saúde Pública no Brasil

Não existe melhoria para quem procura o atendimento do SUS, além de enfrentar filas e ter que passar a noite em frente aos Órgãos Públicos de Saúde, a população também sofre com a precariedade do Serviço.

Visitando Unidades Básicas de Saúde - UBS, em horário noturno, é possível encontrar pessoas que passam a noite correndo riscos para tentarem conseguir uma consulta, muitas das vezes não conseguem e têm que voltar na noite seguinte e passar novamente pela mesma situação constrangedora.
Esse problema de enfrentar filas durante a noite, em frente aos Órgãos Públicos de Saúde, já virou até meio de sobrevivência para muitos pais de famílias desempregados que chegam a dormir todas as noites nessas filas para de manhã vender a sua vaga. O preço varia entre 5 e 20 reais, mas dependendo do negócio pode chegar até R$ 50,00 uma vaga.
Que faltam médicos para atender a população já não é mais novidade, mas um outro motivo que agrava essa situação é que o governo paga, através do Sistema Único de Saúde - SUS, apenas 20 consultas diárias para um clínico geral. E para os pacientes que precisam de atendimento em hospitais, como tratamento e exames mais sérios, só recebem depois de encaminhados por uma UBS.
A precariedade do serviço não se resume apenas a falta de especialistas, do baixo número de consultas ofertadas e da falta de leitos. Para quem precisa fazer exames, enfrenta uma outra dificuldade: o tempo de espera. Esse longo prazo agrava a situação do paciente, em casos de situações graves a agilidade de fazer os exames é necessária, contudo, se a pessoa não tiver condições financeiras para recorrer a laboratórios particulares, ela deve esperar cerca de três meses para bater um Ultra-som, por exemplo. Exames como ressonância magnética, vale ouro! E conseguir fazer um, no SUS, é uma vantagem de poucos.

DENÚNCIA: Além disso, um outro problema que também atinge a quem procura os Postos de Saúde é a falta de medicamentos disponíveis nas farmácias dos Postos. Quanto a isso, todo mês são enviadas as Unidades medicamentos que servem para atender a toda demanda que procura as Unidades. Mas acontece que quando esses remédios chegam aos Postos de Saúde os próprios funcionários levam para as suas casas a maioria dos medicamentos (principalmente, os mais caros) e chegam até comercializar ilegalmente os medicamentos.


Relembrando...

Não faz muito tempo que Belém (PA) esteve em cadeia nacional, em todos os jornais. No dia 02 de julho de 2007, o segurança Antonio Carlos Barbosa de Souza vítima de um infarto, deu entrada no Posto de Saúde da Marambaia, na cidade. Lá, o segurança não recebeu atendimento devido a falta de profissionais responsáveis e de equipamentos em boa qualidade de uso, vindo a óbito. A família da vítima foi quem fez os procedimentos de primeiros-socorros em Antônio Souza. Além disso, ouve uma outra falha no serviço - como não tinha ambulância na Unidade, foi contatado o SAMUR, mas a ambulância, que deveria socorrer o segurança, não chegou a tempo.

O Poder público e a saúde
Sai ano, entra ano. Sai um governo, entra novo Governo, mas nada muda no que tange a saúde pública. Um dos serviços que as autoridades governamentais, de modo geral, deveriam cumprir torna-se cada vez mais marketing política de campanha eleitoral do que a obrigação do governo que está garantida na Constituição Brasileira (1988).
Só no ano passado o Prefeito de Belém, Duciomar Costa, prometeu em uma entrevista coletiva, no Palácio Antônio Lemos, que destinaria 25 milhões para a saúde, porém quem entra em um dos Pronto-Socorros da cidade percebe que esse investimento, se foi feito, não foi distribuído de modo inteligente.

Esses são alguns dos problemas que atingem a todos brasileiros, o caso na Unidade de Saúde da Marambaia é apenas mais um exemplo da realidade que atingem aos brasileiros, que pagam seus impostos e não recebem o que deveriam em troca.

Por Denilson D'Almeida

Estação Saúde

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